Sul 21, 22/12/2019
Foto: Guilherme Santos/Sul21
Imagino um filme que começa mostrando escavação do que será a Avenida Borges de Medeiros. A imagem avança e mostra um elegante prédio, de estilo eclético na esquina da rua Demétrio Ribeiro. Cartazes nas amplas portas anunciam “Casanova – O Príncipe dos Amantes”. Vê-se que é um filme mudo francês, com ator russo. É uma inauguração. Alguém lê um jornal de 12 de outubro de 1928. Sobre a fachada, um nome: Capitólio. Começa a história do Cine-Theatro Capitólio.
Penso em imagens passando rapidamente, com décadas se sucedendo e a história avançando – cinema falado, sessões repletas com mil e quinhentos espectadores na platéia e nas galerias, bailes de carnaval e outros eventos, a relação de público com o cinema mudando, uma fase de administração por arrendatários com mudança de nome (“Premier”), volta à identidade de Capitólio e finalmente a decadência.
Meu filme imaginário detém-se na última e melancólica sessão de 30 de junho de 1994. Os poucos espectadores deixam a sala desanimados, saem o projecionista, o porteiro e a bilheteira ; o cinema fecha pela última vez suas portas.
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